quinta-feira, 7 de abril de 2016

O Golpe

Impossibilitada de ressuscitar a CPMF, a Presidente da República utiliza-se de expedientes mais sorrateiros para financiar sua campanha em curso junto ao Baixo Clero da Câmara dos Deputados: por exemplo, o Banco Central acaba de criar nova tarifa, no valor de R$ 80, sobre cada operação de câmbio resultante de ordens de pagamento recebidas do exterior por pessoas físicas -- como se não bastasse o IOF e o spread monstruoso de que o governo já se apropriava até o mês passado.

Juro que não me importaria de pagar 80, 100, 200, se soubesse que o dinheiro iria ser usado para salvar a vida de quem está nos corredores dos hospitais públicos ou para o atendimento das inúmeras carências às quais os brasileiros já nos acostumamos e às novas que começamos a enfrentar desde os anos mais recentes. Mas é fácil calcular que esse dinheiro irá suprir o desfalque representado por alguma emenda parlamentar obscura, cuja finalidade é a de dar à Presidente mais tempo para continuar não fazendo nada em proveito do país.

E ainda se atreve a chamar de golpe o processo republicano iniciado no Tribunal de Contas da União, regulamentado pelo Supremo Tribunal Federal e conduzido pelo Congresso Nacional na forma definida pela Constituição Federal.

Por mais fisiológicas e desacreditadas que tenham-se tornado as instituições da República, o processo de impedimento não deveria surpreender a uma chefe de Estado que claramente considera que os fins, sejam esses quais forem, justificam os meios.

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