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A Grande Viagem

O Fascinante Caminho do Retorno

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Kit de privilégios

A indignação, no Brasil, veste-se frequentemente de humor e ironia, graças a uma herança cultural de, historicamente, não se poder fazer muito contra o crime organizado institucionalizado e instalado na hierarquia governamental, protegido por foro privilegiado e dotado de imunidade parlamentar, e que distribui, com o chapéu do contribuinte, gentilezas a mancheias, justamente a quem menos faz por merecê-las.

Recebi por e-mail um protesto nessa linha, encaminhado por uma querida amiga que sequer tem perfil de ativista político, o que prova que todos já estão de saco cheio. Achei que alguns dos comentários eram até de gosto discutível, como uma menção às cotas para negros nas universidades e a imagem de um palhaço sobre a bandeira nacional com buracos de balas no lugar das estrelas. A mensagem circula por aí de computador em computador, externando o mal-estar do cidadão quanto aos privilégios dados a uns em prejuízo dos demais.

Os donos do poder bem que poderiam evitar a repetição da história francesa de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que começou exatamente assim e deu no que deu.

Postado por Euni às 10:16 Nenhum comentário:

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Releasing a moment

The ghosts are slowly leaving the house, a multitude of dim lights seizing the stars. Nevertheless, they are not yet fully gone, and every now and then quietly wake me up, just to show themselves to me -- and quickly fade away.

This is one of such moments, which I decided not to imprison . Instead, there it goes, free as an ocean bird, to live abroad forever and never to come back.

"Why Should I Care"

Was there something more I could have done?
Or was I not meant to be the one?
Where's the life I thought we would share?
And should I care?

And will someone else get more of you?
Will he go to sleep more sure of you?
Will he wake up knowing you're still there?
And why should I care?

There's always one to turn and walk away
And one who just wants to stay
But who said that love is always fair?
And why should I care?

Should I leave you alone here in the dark?
Holding my broken heart
While a promise still hangs in the air
Why should I care?

(Carole Bayer Sager, Linda Thompson & Clint Eastwood, "Why Should I Care?")




Postado por Euni às 15:30 Nenhum comentário:

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Banalidade e tabu (2)

Por ter sido vinculado a uma suposta exigência de pensão alimentícia, o caso envolvendo o jogador Bruno e sua "ex-amante" Eliza ganhou espaço na série "Banalidade e Tabu", iniciativa deste blog para discutir as mazelas que atrapalham o bom convívio entre os gêneros.

Nada justifica a barbaridade levada a efeito contra a moça. Entretanto, esse tipo de crime persistirá enquanto a Justiça legitimar o uso da gravidez para fins de ascensão social.

Manutenção e alimentação são uma coisa; exploração e chantagem são outra bem diferente. Pessoas como Mick Jagger e Paul McCartney preferiram abrir mão de parte de suas fortunas para pagar indenizações astronômicas às golpistas que os apanharam dormindo sem touca. Outros, menos esclarecidos e mais impacientes, como Bruno, precipitaram-se ao ponto de destruir suas vidas, por não concordarem com o achaque e decidirem dar uma solução simplista ao problema.

Como a questão revela-se mundial, cabe debater até que ponto uma ação positiva, como a proteção dada pelo Estado moderno à mulher que quer o reconhecimento paterno dos seus filhos, pode ser utilizada de má fé, garantindo a essas mulheres excessos na concessão de direitos que arranham os conceitos básicos de justiça.
Postado por Euni às 09:55 Nenhum comentário:

sábado, 10 de julho de 2010

Sobre a violência praticada por mulheres

Luciana Saddi, blogueira da Folha de S. Paulo, abordou em seu blog o tema da violência exercida pela mulher contra o homem. Tabu de dois gêneros, o assunto é tratado com timidez e de forma ainda incipiente. Eu mesmo tentei, outro dia, escrever sobre isso. Meu post, publicado também nos comentários da Folha Online, incluiu muita coisa que ninguém quer discutir e foi duramente criticado por quase todas as mulheres que tiveram acesso ao texto (nenhum homem se manifestou contra ou a favor). Fui acusado de estar "de mal " com as mulheres, de ser machista, retrógrado, supersimplificador e ouvi tudo o que era de se esperar. Como meu comentário (intitulado "Banalidade e Tabu") incluía mesmo algum irrefreado machismo, cheguei a removê-lo do blog, mas ei-lo reabilitado pela coragem da jornalista.

O texto de Luciana tem suas pinceladas de feminismo e expõe a mágoa contra a dominação masculina, mas já é um bom começo para tratar do assunto. Uma discussão séria, ainda que provavelmente apaixonada, desse tema, poderá iniciar um movimento que eventualmente venha a sanar as graves injustiças cometidas diariamente contra o gênero masculino pelas sociedades modernas.

Segue a análise da escritora, psicanalista e blogueira Luciana Saddi.



Sobre a violência praticada por mulheres

"Um leitor se queixa da forma generalizante como a violência doméstica é abordada - não apenas na resposta que dei para o internauta no dia 22 de junho. Alega que nunca se fala em violência cometida por mulheres contra os homens e sugere que isso ocorre por causa do feminismo. Passou por mim o mesmo tipo de preocupação, enquanto elaborava a resposta para a questão sobre a irmã que sofria nas mãos do marido violento. Precisei de muitos dias e do email provocador desse internauta para elaborar as seguintes idéias:

Quando falamos em violência nos referimos a uma das formas de exercer o poder. A violência física, o terror, o estupro, a tortura, o cativeiro e o aprisionamento sem julgamento são formas históricas de dominação. As mulheres não tiveram muitas chances de exercer o poder dessa maneira, foram mais vítimas do que algozes, porém desenvolveram formas disfarçadas de praticar a violência no âmbito que lhes foi permitido participar. No âmbito familiar por meio do controle da casa, das rotinas e dos filhos - os abusos cometidos contra crianças merecem um capítulo a parte. A situação de dependência aumenta a vulnerabilidade ao exercício do poder: quem estiver com mais medo se colocará e será colocado mais rapidamente na posição de vítima.

Mulheres envenenam com palavras. Atingem o calcanhar de Aquiles de seus homens, intuitiva ou propositalmente, ao colocá-los em posição de jamais satisfazê-las. Também provocam a competição de seus parceiros com outros homens: – fulano de tal tem um supercarro e me telefonou ontem! Manipular por meio da culpa e da pena é uma das armas infalíveis dessa guerra. E cada um usa as armas que tem.

Se há complementaridade na violência doméstica contra mulheres, quando as vítimas fazem conluios inconscientes com maridos e namorados, há também um conluio dos homens que se tornam vítimas das mulheres, pois se colocam em missões impossíveis de realizar como: satisfazer completamente a esposa e os filhos. Também quando não conseguem evitar algum desafio ou competição com outro macho, propostos, mesmo que inconscientemente, por uma mulher de seu interesse.

Porém quantos homens não se sentem vítimas do poder sexual de uma mulher? A provocação sexual, a recusa ou esfriamento são instrumentos extremamente poderosos nas mãos delas. Muitas vezes elas nem sequer precisam jogar os jogos de poder usuais, alguns homens são tão vulneráveis e odeiam tanto o poder de excitação do corpo feminino que apedrejam, estupram e matam".


Luciana Saddi é psicanalista e escritora. Foi titular da coluna "Fale com Ela", publicada na Revista da Folha.

Postado por Euni às 07:25 5 comentários:

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Sonho do Retorno

Al mar eché un poema
que llevó con él mis preguntas y mi voz
Como un lento barco se perdió en la espuma
Le pedi que no diera la vuelta
sin haber visto el altamar
y en sueños hablar conmigo de lo que vió
Aún si no volviera
yo sabría si llegó
Viajar la vida entera
por la calma azul en tormentas sozobrar
poco importa el modo si algun puerto espera
Aguardé tanto tiempo el mensaje
que olvidé volver al mar
y así yo perdi aquel poema
grité a los cielos todo mi rencor
lo hallé por fin pero escrito en la arena
como una oración
El mar golpeó in mis venas
y libró mi corazón.


(Pedro Aznar / Pat Metheny, "The Dream of the Return")

Postado por Euni às 22:58 Nenhum comentário:

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Perdemos a Copa

É claro que este não é um post sobre futebol. Explico.

Vínhamos em pleno oba-oba, com feriados sucedendo a feriados, que levaram inclusive ao fechamento de escolas, postos de saúde e outras repartições públicas, com custos fixos bancados pelos que trabalham e recolhem impostos mesmo durante os jogos da Copa. Os contribuintes, embalados pela alegria de ver seu time vencer, relevavam a tudo isso e mais.

A frustração com o Mundial de Futebol, quero crer, porá novamente os brasileiros cara-a-cara com o Brasil. E isso não poderia acontecer em melhor hora.

É época de eleições, que contarão com muitos "fichas sujas" com suas candidaturas liberadas por seus pares do STF. Espero que o retorno antecipado dos Canarinhos provoque tão grande mau humor na nossa torcida que inviabilize as próximas artimanhas dos capangas dos Gilmares, em Brasília, no Mato Grosso e em qualquer lugar.

Perdermos a Copa pode criar uma oportunidade para ganharmos o Brasil.
Postado por Euni às 15:33 Nenhum comentário:

Vibração com o Ficha Limpa (II)

"Gilmar Mendes suspende primeira inelegibilidade de político com ficha suja" (Folha Online, 01/07/2010)

"Ministro do STF suspende lei Ficha Limpa para deputada de Goiás" (Folha Online, 02/02/2010)

Nem deu tempo começar a vibrar com a entrada em vigor da Lei Ficha Limpa: sem surpreender a ninguém, o ministro Gilmar Mendes, do STF, chegou para lembrar a todos que alegria de cidadão dura pouco. Dias Toffoli pegou a deixa e deu também sua contribuição à perpetuação da criminalidade no legislativo.

As frequentes decisões tomadas pelo STF, favorecendo o crime organizado, têm causado prejuízos imensos à sociedade brasileira, dentre os quais o pior nem é o colossal dano ao Erário, mas sim a sensação de impotência do cidadão ante o avanço do poder dos criminosos -- impotência e poder que parecem crescer a cada manifestação do Supremo.

Ao lutar contra a máfia em seu país, o promotor italiano Giovanni Falcone chegou a declarar: "A concepção de uma guerra frontal entre a política e a máfia não pode ser aplicada ao combate de uma organização criminosa. Podemos dar-nos por satisfeitos se conseguirmos reduzir as ações ilegais da máfia a um nível menos assustador".

Assim como seu antecessor, Falcone foi assassinado pela máfia, embora, depois disso, a Itália tenha feito avanços consideráveis no combate ao crime instalado nas instituições públicas.

Essa luta, no Brasil, ainda é incipiente mas, com a imposição do Ficha Limpa ao Congresso, a sociedade demonstrou que não tolera mais a dilapidação diária da coisa pública, promovida por criminosos que desejam concorrer a ou permanecer em cargos eletivos.

Resta encontrar mecanismos capazes de desmantelar o auxílio luxuoso prestado ao crime organizado pelos tribunais brasileiros.


Postado por Euni às 06:27 Nenhum comentário:
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