quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
A Parábola da Gestão Doméstica Temerária
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Sensíveis a pressão externa
A Moda
Quem, nos loucos anos 60, imaginaria que Paz, Amor e Liberdade conduzissem à codebarrização do pensamento?
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A mulher de César
"A Ajufe informa que 'em todas as oportunidades anteriores adotou o mesmo modelo de encontro, concentrando os seus esforços de organização para proporcionar o debate de temas importantes para o Poder Judiciário e para a sociedade brasileira'".
O que motivaria entidades como a Souza Cruz, o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis, a Caixa, o Banco do Brasil e a Eletrobrás, entre outros que preferem ficar anônimos, a patrocinar um evento luxuoso para juízes federais e suas famílias em uma ilha paradisíaca, se não a possível docilidade de algum magistrado?
Combustão total
sábado, 6 de novembro de 2010
Os excluídos
sábado, 16 de outubro de 2010
O Eleitor do DF
Imagem: Datafolha / Folha Online, 16/10/2010 |
Ainda assim, poderia causar estranheza aos forasteiros ver 35% dos eleitores do Distrito Federal desprezarem o enorme volume de informação posto à sua disposição e cederem ao discurso emocional-religioso do crime organizado, declarando sua preferência por uma candidata a governadora cuja absoluta incapacidade político-administrativa já foi irretorquivelmente demonstrada por ela mesma a cada aparição na TV.
A quem estranha tudo isso cabe lembrar que, por mais que Brasília ostente seu vanguardismo arquitetônico, seu urbanismo paradisíaco e uma impressionante renda per capita, o DF recebeu e recebe a afluência de povos do Oiapoque ao Chuí e, assim, reflete também o que há de ignorância, pobreza cultural, analfabetismo funcional e macunainismo no Brasil.
Vendo por esse ângulo, os 35% de Dona Weslian são um percentual até bem menor do que seria de se esperar.
sábado, 9 de outubro de 2010
Música e Letra
Boa parte da minha educação musical veio com a coleção de música erudita que papai comprou semanalmente à Abril Cultural quando eu tinha uns 6, 7 anos. De cara gostei de Handel. No meu rádio, ouvia Carpenters, EltonJohn, The Jacksons, Nazareth e todos os Beatles, juntos ou solo, sem entender uma única palavra -- mas as melodias eram encantadoras. Tinha um primo rico que comprava discos do Queen, Yes, Black Sabbath, Led Zeppelin, Uriah Heep, Deep Purple, Alice Cooper, T.Rex, Slade, Pink Floyd, David Bowie, Kiss e todas as vertentes do rock em 1970.
Frequentei as quartas-feiras do prédio da Reitoria da UFPb, onde os músicos da OSPB apresentavam-se em quartetos de sopro, quintetos de cordas, cameratas e sinfonias estupendas juntamente com o coral da Universidade. Fui barata de auditório e de coxia quando Caetano Veloso, Gilberto Gil, Arrigo Barnabé e Nara Leão faziam shows de três dias no Theatro Santa Roza e no Cine Tambaú.
No grupo de flautas do SESC aprendi a gostar de Vivaldi, Paganini e Bach, e descobri Mozart.
Amigos, amigas, grandes amores e até inimigos contribuíram para que eu passasse a ouvir Andreas Vollenweider, Chick Corea, Pat Metheny, Tom Jobim, Milton Nascimento, Joe Satriani, Sade, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Hawaii, Capital Inicial, Ed Mota, Paralamas, Cidade Negra, Madredeus.
Mas tudo isso é pra dizer que no fim-de-semana passado ouvi, como quem ouve o povo da Atlântida ou da Lemúria, a Cor do Som!, e fiquei a semana inteira cantarolando sem parar algo que eu nunca, mas nunca na vida toda consegui entender. Sequer acreditava que a letra que eu estava cantando fosse a correta. Procurei na Internet, e, para minha surpresa, não é que eu estava cantando quase certo, quando pensava estar fazendo uma paródia? Vejam isto:
No céu de Calcutá
Feliz constelação
Reluz no corpo dela
Ai tricolor colar
Ás de maracatu
No azul de Zanzibar
Ali meu coração
Zumbiu no gozo dela
Ai mina aperta a minha mão
Alá meu “only you”
No azul da estrela
Aliás bazar da coisa azul
Meu “only you”
É muito mais que o azul de Zanzibar
Paracuru
O azul da estrela
O azul da estrela
Eis o mistério do axé: a letra não é letra, é pura carga sensorial que passa pela amígdala direto para o sistema límbico, sem nenhuma intervenção do neocórtex.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Caos de fim de tarde
- Dá pra protocolar novo documento, com a correção, ainda hoje?
- Dá. (afirmação temerária, já que eram 16:40 e os guichês de protocolo fecham às 17:00h, eu estava a vários quilômetros de distância do órgão e estava começando a hora do rush em Brasília).
Assim mesmo, e com vontade de me matar por causa do erro estúpido, procurei legislação e jurisprudência pra embasar novo documento, fiz as alterações cabíveis e... cadê cartucho de tinta pra imprimir o documento? Entupiu ou acabou, sei lá. A moderníssima impressora não imprimia nada.
Pus tudo no pendrive, entrei no carro e parei em frente à papelaria que, infelizmente, não podia imprimir, mas indicou a lan house do outro lado da rua (embaixo do meu prédio) pra fazer o serviço. Deixei o carro na papelaria, cruzei a rua em pleno rush, quase trombei numa moto, mas consegui chegar à lan house. Impresso o documento, perguntei: quanto é? - Dois e quarenta, responde o uruguaio bonachão. Reviro a carteira e só encontro dois Reais. A lan não recebe em cartão. Abro um sorriso amarelíssimo e pergunto: - Posso ficar devendo quarenta centavos? O homem diz que sim, saio correndo até a o trabalho da Yenny pra pedir um Real pra fazer uma fotocópia para protocolo. Por sorte tinha. Corro de volta à papelaria, faço uma cópia do documento, entro no carro, corro para o órgão público às 17:05h, sem a menor esperança de poder cumprir a promessa feita ao cliente.
Hora do rush. Carro que não acaba mais. Atormentado pelo erro idiota, não cesso de me perguntar "por que isso acontece?" Lembro que fiz o documento às pressas, no escritório do cliente, usando o PC dele, com mil interferências, documentos espalhados por toda parte, senhas pra abrir o PC e a impressora a cada cinco minutos. Só fico mais exasperado. Resolvo evitar o Eixo Monumental, dou a volta no autódromo e chego ao órgão por trás, pelas 17:20h. Estaciono, corro até a portaria, identifico-me ao recepcionista e nenhum elevador está funcionando. Subo até o quarto andar pelas escadas; 17:35 e, pra minha alegria, o guichê está aberto! Pergunto se posso protocolar um documento e a moça diz que sim! Carimbo vai, assinatura vem, pronto! Vejo na minha via do documento que errei uma data de referência. Pergunto no guichê se posso imprimir de novo a primeira página nos computadores da seção. E não é que o cidadão diz que sim?
- Tá com o pendrive aí?
- Tô.
Bolso da camisa. Bolso da calça. Outro bolso. Bolsos de trás. Abro a pasta e procuro. Tiro da pasta tudo o que tem dentro e nada do pendrive. Me desespero. Não continha documentos confidenciais, mas era o último pendrive que me restava. Além disso, preciso dele pra arrumar essa bagunça aqui.
Faço uma rasura no documento e digo que vou procurar o pendrive no carro. Ponho tudo de volta na pasta e desço as escadas correndo. No carro, nem sinal do pendrive. Volto à papelaria na 113 Norte. Nada. Corro até a lan house. Nada. Pago os quarenta centavos e volto desolado pro carro, quando vejo, no chão do estacionamento, diante da papelaria, ao lado do pneu de um carro, quem? quem? o pendrive!!! E intacto!!! Não acredito!!!!!!!
Corro de volta ao órgão, 18:30 já. Estão lá me esperando, e já haviam ligado para o telefone impresso no papel timbrado do meu cliente, à minha procura, e no escritório do cliente ninguém me conhecia.
- Mas me ligaram por quê?
Não é que eu tinha posto na minha pasta todo o material escolar e os trabalhos da faculdade da atendente? Mil desculpas depois, imprimi o documento, protocolei-o e voltei pra casa.
É devastador perceber que o Universo inteiro conspira a meu favor em pleno final de segunda-feira -- e que eu faço questão de avacalhar tudo.
domingo, 29 de agosto de 2010
A Reinvenção da Roda
Certas canções que ouçocabem tão dentro de mimque perguntar carece:- Como não fui eu que fiz?
(Milton Nascimento, "Certas Canções")
Tenho erguido meu punho furioso, neste blog e alhures, contra a irresponsabilidade de magistrados que utilizam a lei como um padeiro utiliza a massa, fazem dela o que bem entendem e não respondem pelos prejuízos que, com seus muitos erros crassos, preconceitos, alienação social, vaidade, egocentrismo e até por corrupção, causam aos jurisdicionados -- e, no caso dos juízes de tribunais superiores, a toda a sociedade. Em todas as vezes que protestei contra isso, senti-me como que pregando no deserto.
"Além disso, seria de grande importância instituir ouvidorias populares dos órgãos da Justiça, em todos os níveis, com competência para exigir explicações oficiais sobre a atuação administrativa dos magistrados. O Judiciário tem sido tradicionalmente, aos olhos do povo, o mais hermético de todos os Poderes do Estado. É inútil procurar reduzir a desconfiança dos jurisdicionados em relação aos juizes, se entre uns e outros continuarmos a manter uma linha divisória intransponível.
Toda essa reforma institucional, no entanto, será vã, caso não logremos mudar a mentalidade de nossos magistrados, a qual, sob a aparência de fiel adesão ao princípio republicano e ao ideal democrático, permanece de fato essencialmente oligárquica e subserviente aos 'donos do poder'."
sábado, 28 de agosto de 2010
A Fuga
Foi prevista nova inundação da Terra. Um de nós, que chamarei de O Mais Alto, acaba de passar-me essa informação. Para minha surpresa, a casa dele, onde estamos, havia sido preparada ao longo dos anos para a fuga. As salas amplas, minimalistas, com grandes janelas brancas envidraçadas, permitem ver, no exterior, os primeiros sinais dos tempos. Ao longe, O Pateta já está preso em uma parede de água, retendo a respiração por mais alguns minutos apenas, as mãos no bloqueio de vidro, olhando tristemente em nossa direção. Três andares abaixo de nós, no chão, famílias correm para se abrigar da destruição anunciada pelo tsunami. Ajoelho-me sobre o aquecedor perto da janela e chamo três vezes pelo nome de Deus, sem coragem para olhar aquela cena; um dos meus companheiros pergunta-me desdenhosamente se eu preferia estar lá fora, patetando no lugar daquelas pessoas, e sai, deixando-me atordoado.
Capítulo II - Tenho Tudo
Dentro da nossa casa começa a divisão dos ambientes entre as pessoas. Eu vou ficar em uma república, vizinha ao quarto do Mais Alto. No quarto dele, a movimentação de cargas é intensa, e eu brinco com a Mais Alta que precisarei aprender a nadar até aquele quarto durante a nossa longa travessia do Cosmos. Nisso percebo que outras pessoas estão também movimentando víveres, ainda que em menor quantidade, e descubro que eu também deveria juntar meus próprios víveres, ao invés de endeusar e mendigá-los a quem os tem. Apresso-me também, então, até a enorme geladeira, onde ainda encontro algumas peças de carne defumada, das quais me aposso imediatamente, deixando aos próximos apenas alguns pacotes de carnes de segunda. Recolho rapidamente mais alguns alimentos nas grandes despensas.
Tudo pronto, volto à sala menor com suas grandes janelas brancas e vejo um enorme trator amarelo passar rente à nossa casa e sumir por baixo dos telhados do lado direito, roncando alto e soltando fumaça enquanto a casa toda começa a vibrar e inclinar-se. Um comunicado vindo do Mais Alto informa que seremos reposicionados pelos equipamentos da S.H.I.E.L.D., e vejo vários outros tratores amarelos com guinchos muito altos no jardim. A casa de três andares é então removida dos seus alicerces, posta em posição horizontal e girada como uma funda dentro do pomar repleto de macieiras carregadas de frutos verdes, ácidos e maduros, e percebo que, em cada um deles, há uma frase escrita: "J#w quer" ou "eu quero" -- a vontade do Mais Alto está impressa em tudo ao nosso redor.
Capítulo III - Partida
As pessoas que moram no imenso condomínio ao nosso redor olham espantadas para a nossa casa, que em seguida é arremessada como um foguete sem motores ao longo de uma estrada pavimentada com plástico, ladeada por grandes árvores frutíferas e, agora, tomada por manadas de animais de todos os portes. A casa flutua no ar e muda de altitude somente quando necessário. Sobrevoamos um grupo de enormes paquidermes rosados, que o Mais Alto diz apreciar muito e, em seguida, encontramos um rebanho de touros parecidos com bisões, que contraem os abdômens em espasmos súbitos para emitir sons em frequência inaudível, o que faz parecer que estejam rindo. Nesse momento estamos a pé na estrada de plástico enquanto o Mais Alto repreende a todos, dizendo que matará quem se perder novamente do grupo. Seguimos todos a pé e vou conversando com A Mulher na retaguarda da tropa, olhando as casas vazias ao redor, quando de súbito percebemos que o grupo sumiu.
Capítulo IV - Separados do Grupo Superior
Agitados, olhamos para os lados e para o céu, procurando por eles, e vemos várias figuras aladas que se movem rapidamente em direção ao poente. Alçamos vôo procurando por nosso grupo entre as dezenas de voadores e não há sinal deles. Lembramos da advertência do Mais Alto e acreditamos que a morte virá automaticamente, se ficarmos para trás. Assumimos, então, nossa nova posição no eclético e desorganizado Grupo Intermediário, seguindo os bandos em direção ao Oeste, e insto A Mulher a voarmos mais alto, para podermos ver mais longe. Para trás, ficam os que não podem voar.
Capítulo V - O Obstáculo Ocidental e Meditação
Atingimos, então, uma gigantesca construção que era utilizada como ginásio, e que barra a passagem de todos. Entramos no imenso prédio, procurando maneiras de passar para o outro lado, e vemos que algumas pessoas já escalam as paredes ocidentais, apoiando-se em pequenos estribos de corda presos a intervalos curtos, e acessam diminutas janelas corrediças envidraçadas, que permitem ver o exterior. Subimos e estimulo A Mulher a passar por uma das janelas, enquanto esforço-me para passar por outra, anotando mentalmente as grandes lições de amadurecimento e prevenção, cuidados, atenção, foco, persistência, urgência, força e orientação que a Fuga nos ensina.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Batman no Brasil
Outro leitor perguntou se era pra rir.
Batman é um símbolo de justiça sendo feita sem que o agente necessariamente prenda-se às amarras da Lei, mas sem que se cruze a fronteira entre o combate ao crime e o crime propriamente dito (a ruptura do contrato social).
Quando se clama por Batman, pede-se a desobstrução dos caminhos que levam da Lei até a Justiça, e isso passa pela limpeza não apenas do Judiciário, mas do Legislativo (principalmente) e também do Executivo. E, claro, pela óbvia necessidade de mobilização social organizada.
Pôr o Batman a serviço de qualquer político é uma temeridade, daí o emaranhado de Leis e ritos jurídicos presentes nos Estados democráticos: eles são um freio à plena aplicação da justiça; mas são, principalmente, uma salvaguarda contra o totalitarismo -- o que, sabemos na pele, não impede a ação de pequenos Napoleões em momentos de crise social.
Assim, uma bandeira que gostaríamos muito de ver nos palanques, neste momento em que a sociedade brasileira adquire, através das dores da experiência, conhecimento de sua situação de sitiada, é a do pleno cumprimento do contrato social: eu, cidadão, entrego minhas liberdades ao governo e recebo, em troca, justiça -- rápida, plena e incontestável.
Não é o caso de rir.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Friends
So no one told your life was gonna be this way
Your job is a joke, you're broke, your love life's D.O.A.
It's like you're always stuck in second gear
When it hasn't been your day, your week, your month, or even your year but...
I'll be there for you
When the rain starts to fall
I'll be there for you
Like I've been there before
I'll be there for you
Cause you're there for me too...
You're still in bed at ten
And work began at eight
You've burned your breakfast
So far... Things are going great
Your mother warned you there'd be days like these
But she didn't tell you when the world has brought
You down to your knees and
I'll be there for you
When the rain starts to pour
I'll be there for you
Like I've been there before
I'll be there for you
Cause you're there for me too...
No one could ever know me
No one could ever see me
Seems you're the only one who knows
What it's like to be me
Someone to face the day with
Make it through all the rest with
Someone I'll always laugh with
Even at my worst I'm best with you, yeah
It's like you're always stuck in second gear
When it hasn't been your day, your week, your month, or
even your year
I'll be there for you
When the rain starts to pour
I'll be there for you
Like I've been there before
I'll be there for you
Cause you're there for me too...
"I'll be there for you" - Friends Theme - Warner Brothers
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Tarde
Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo.
Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo.
Aí eu disse: - Quem tem medo é você.
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse: - Eu não sei mais o que eu
sinto por você.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê.
E eu dizia: - Ainda é cedo
cedo, cedo, cedo, cedo.
Ico-Ouro Preto / Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá - "Ainda é Cedo"
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Kit de privilégios
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Releasing a moment
Was there something more I could have done?
Or was I not meant to be the one?
Where's the life I thought we would share?
And should I care?
And will someone else get more of you?
Will he go to sleep more sure of you?
Will he wake up knowing you're still there?
And why should I care?
There's always one to turn and walk away
And one who just wants to stay
But who said that love is always fair?
And why should I care?
Should I leave you alone here in the dark?
Holding my broken heart
While a promise still hangs in the air
Why should I care?
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Banalidade e tabu (2)
Nada justifica a barbaridade levada a efeito contra a moça. Entretanto, esse tipo de crime persistirá enquanto a Justiça legitimar o uso da gravidez para fins de ascensão social.
Manutenção e alimentação são uma coisa; exploração e chantagem são outra bem diferente. Pessoas como Mick Jagger e Paul McCartney preferiram abrir mão de parte de suas fortunas para pagar indenizações astronômicas às golpistas que os apanharam dormindo sem touca. Outros, menos esclarecidos e mais impacientes, como Bruno, precipitaram-se ao ponto de destruir suas vidas, por não concordarem com o achaque e decidirem dar uma solução simplista ao problema.
Como a questão revela-se mundial, cabe debater até que ponto uma ação positiva, como a proteção dada pelo Estado moderno à mulher que quer o reconhecimento paterno dos seus filhos, pode ser utilizada de má fé, garantindo a essas mulheres excessos na concessão de direitos que arranham os conceitos básicos de justiça.
sábado, 10 de julho de 2010
Sobre a violência praticada por mulheres
Luciana Saddi, blogueira da Folha de S. Paulo, abordou em seu blog o tema da violência exercida pela mulher contra o homem. Tabu de dois gêneros, o assunto é tratado com timidez e de forma ainda incipiente. Eu mesmo tentei, outro dia, escrever sobre isso. Meu post, publicado também nos comentários da Folha Online, incluiu muita coisa que ninguém quer discutir e foi duramente criticado por quase todas as mulheres que tiveram acesso ao texto (nenhum homem se manifestou contra ou a favor). Fui acusado de estar "de mal " com as mulheres, de ser machista, retrógrado, supersimplificador e ouvi tudo o que era de se esperar. Como meu comentário (intitulado "Banalidade e Tabu") incluía mesmo algum irrefreado machismo, cheguei a removê-lo do blog, mas ei-lo reabilitado pela coragem da jornalista.
O texto de Luciana tem suas pinceladas de feminismo e expõe a mágoa contra a dominação masculina, mas já é um bom começo para tratar do assunto. Uma discussão séria, ainda que provavelmente apaixonada, desse tema, poderá iniciar um movimento que eventualmente venha a sanar as graves injustiças cometidas diariamente contra o gênero masculino pelas sociedades modernas.
Segue a análise da escritora, psicanalista e blogueira Luciana Saddi.
Quando falamos em violência nos referimos a uma das formas de exercer o poder. A violência física, o terror, o estupro, a tortura, o cativeiro e o aprisionamento sem julgamento são formas históricas de dominação. As mulheres não tiveram muitas chances de exercer o poder dessa maneira, foram mais vítimas do que algozes, porém desenvolveram formas disfarçadas de praticar a violência no âmbito que lhes foi permitido participar. No âmbito familiar por meio do controle da casa, das rotinas e dos filhos - os abusos cometidos contra crianças merecem um capítulo a parte. A situação de dependência aumenta a vulnerabilidade ao exercício do poder: quem estiver com mais medo se colocará e será colocado mais rapidamente na posição de vítima.
Mulheres envenenam com palavras. Atingem o calcanhar de Aquiles de seus homens, intuitiva ou propositalmente, ao colocá-los em posição de jamais satisfazê-las. Também provocam a competição de seus parceiros com outros homens: – fulano de tal tem um supercarro e me telefonou ontem! Manipular por meio da culpa e da pena é uma das armas infalíveis dessa guerra. E cada um usa as armas que tem.
Se há complementaridade na violência doméstica contra mulheres, quando as vítimas fazem conluios inconscientes com maridos e namorados, há também um conluio dos homens que se tornam vítimas das mulheres, pois se colocam em missões impossíveis de realizar como: satisfazer completamente a esposa e os filhos. Também quando não conseguem evitar algum desafio ou competição com outro macho, propostos, mesmo que inconscientemente, por uma mulher de seu interesse.
Porém quantos homens não se sentem vítimas do poder sexual de uma mulher? A provocação sexual, a recusa ou esfriamento são instrumentos extremamente poderosos nas mãos delas. Muitas vezes elas nem sequer precisam jogar os jogos de poder usuais, alguns homens são tão vulneráveis e odeiam tanto o poder de excitação do corpo feminino que apedrejam, estupram e matam".
Luciana Saddi é psicanalista e escritora. Foi titular da coluna "Fale com Ela", publicada na Revista da Folha.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
O Sonho do Retorno
que llevó con él mis preguntas y mi voz
Como un lento barco se perdió en la espuma
Le pedi que no diera la vuelta
sin haber visto el altamar
y en sueños hablar conmigo de lo que vió
Aún si no volviera
yo sabría si llegó
Viajar la vida entera
por la calma azul en tormentas sozobrar
poco importa el modo si algun puerto espera
Aguardé tanto tiempo el mensaje
que olvidé volver al mar
y así yo perdi aquel poema
grité a los cielos todo mi rencor
lo hallé por fin pero escrito en la arena
como una oración
El mar golpeó in mis venas
y libró mi corazón.
(Pedro Aznar / Pat Metheny, "The Dream of the Return")
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Perdemos a Copa
Vínhamos em pleno oba-oba, com feriados sucedendo a feriados, que levaram inclusive ao fechamento de escolas, postos de saúde e outras repartições públicas, com custos fixos bancados pelos que trabalham e recolhem impostos mesmo durante os jogos da Copa. Os contribuintes, embalados pela alegria de ver seu time vencer, relevavam a tudo isso e mais.
A frustração com o Mundial de Futebol, quero crer, porá novamente os brasileiros cara-a-cara com o Brasil. E isso não poderia acontecer em melhor hora.
É época de eleições, que contarão com muitos "fichas sujas" com suas candidaturas liberadas por seus pares do STF. Espero que o retorno antecipado dos Canarinhos provoque tão grande mau humor na nossa torcida que inviabilize as próximas artimanhas dos capangas dos Gilmares, em Brasília, no Mato Grosso e em qualquer lugar.
Perdermos a Copa pode criar uma oportunidade para ganharmos o Brasil.
Vibração com o Ficha Limpa (II)
Nem deu tempo começar a vibrar com a entrada em vigor da Lei Ficha Limpa: sem surpreender a ninguém, o ministro Gilmar Mendes, do STF, chegou para lembrar a todos que alegria de cidadão dura pouco. Dias Toffoli pegou a deixa e deu também sua contribuição à perpetuação da criminalidade no legislativo."Gilmar Mendes suspende primeira inelegibilidade de político com ficha suja" (Folha Online, 01/07/2010)
"Ministro do STF suspende lei Ficha Limpa para deputada de Goiás" (Folha Online, 02/02/2010)
As frequentes decisões tomadas pelo STF, favorecendo o crime organizado, têm causado prejuízos imensos à sociedade brasileira, dentre os quais o pior nem é o colossal dano ao Erário, mas sim a sensação de impotência do cidadão ante o avanço do poder dos criminosos -- impotência e poder que parecem crescer a cada manifestação do Supremo.
Ao lutar contra a máfia em seu país, o promotor italiano Giovanni Falcone chegou a declarar: "A concepção de uma guerra frontal entre a política e a máfia não pode ser aplicada ao combate de uma organização criminosa. Podemos dar-nos por satisfeitos se conseguirmos reduzir as ações ilegais da máfia a um nível menos assustador".
Assim como seu antecessor, Falcone foi assassinado pela máfia, embora, depois disso, a Itália tenha feito avanços consideráveis no combate ao crime instalado nas instituições públicas.
Essa luta, no Brasil, ainda é incipiente mas, com a imposição do Ficha Limpa ao Congresso, a sociedade demonstrou que não tolera mais a dilapidação diária da coisa pública, promovida por criminosos que desejam concorrer a ou permanecer em cargos eletivos.
Resta encontrar mecanismos capazes de desmantelar o auxílio luxuoso prestado ao crime organizado pelos tribunais brasileiros.
domingo, 27 de junho de 2010
Vibração com o Ficha Limpa
Vibrei ma non troppo, ante o temor de que os efeitos práticos da Lei pudessem ser anulados por atos do crime organizado infiltrado no Congresso e nos Tribunais. Mas, apesar das votações apertadas, alguns "indecisos" juntaram-se aos poucos cidadãos de bem instalados nessas instituições e votaram a favor da sociedade, o que já é um avanço que não tem tamanho.
Vibrarei mesmo, a plenos pulmões e até com vuvuzelas, quando vir a primeira candidatura ser impugnada por motivo de bandidagem, malandragem, safadeza ou roubo.
Um povo e sua cultura estranha
quinta-feira, 17 de junho de 2010
4 a.m.
Mas as luzes voltam de madrugada
envoltas em mistério, afeição e calma
e não me deixam dormir.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Omissão do Estado e Reação Social
domingo, 16 de maio de 2010
Voz de Mulher
A voz da mulher
Me embala
Me alegra
Me faz chorar
Me arrepia os cabelos
Me faz dançar
Me cala ressentimentos
Me ensina a amar
Uma mulher cantando nas Antilhas
Uma voz de mulher nos rádios do Brasil
Minha mãe que cantava
Lembrança tão bonita
E as negras americanas
Dos hinos e dos blues
Amor, amor
Me leva esta voz
Nas asas das canções
Eu quero ouvir por toda a minha vida
Uma mulher cantando para mim
(Sueli Costa / Abel Silva, "Voz de Mulher")
terça-feira, 11 de maio de 2010
Banalidade e tabu
Uma matéria publicada na Folha Online na noite de 10 de maio de 2010 chama atenção pela dupla qualidade da ocorrência relatada: sua banalidade e o tabu que a envolve. Eis a chamada, já com o link para a reportagem:
Pedreiro é preso em SP após discutir com a mulher e matar seu cachorro
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o pedreiro --que não teve o nome revelado-- discutiu com a mulher porque ela não o deixava dormir. Nervoso, ele atirou quatro vezes contra o cachorro da família.
Violência doméstica relacionada a brutalidade masculina constituem o lado já banalizado do cotidiano. O que não está na chamada nem na reportagem é, obviamente, o tabu.
Rompendo com alguns paradigmas que me são próprios (a autocensura por medo da repercussão negativa, para começar), resolvi tratar do assunto em tópicos. O que se discute, neste post, é um lado obscuro da violência contra a mulher. Aqui vai:
1) Além de não deixar o cara dormir, a pentelha ainda chamou a polícia pra prender o marido. Quem tem uma mulher assim não precisa ter inimigos.
2) Se a arma ficava no armário da casa, o que impedia a mulher ameaçada de morte de usá-la para também ameaçar o marido? Ou de entregar a arma à polícia? Ou de divorciar-se e ir embora pra longe do marido brutal, ameaçador, pobre e, talvez, até feio?
3) A reportagem não diz que o marido batia na mulher. Nenhuma testemunha declarou isso. A mulher diz que o cara é violento, mas não diz que usa de violência física contra ela. O cara perdeu a cabeça a ponto de atirar no cachorro e, se fosse um desses que ficam batendo em mulher, poderia ter batido ou atirado nela na ocasião, mas, pelo teor da reportagem, não o fez.
4) Pode-se até imaginar o que aconteceu: o pedreiro deixou transparecer alguma pista de relacionamento extra-conjugal, real ou não, ou parou de levar flores, ou ficou no bar até tarde, ou estava muito cansado pra fazer sexo, ou qualquer outro deslize; a mulher resolveu levar o sujeito à loucura falando sem parar; o cara começou a reclamar em voz alta que queria dormir; o cachorro (como acontece com qualquer cachorro) começou a latir feito louco durante a discussão em voz alta entre seus donos; o cara deve ter dito alguma besteira sobre o cachorro, a mulher disse que ele não era homem pra fazer aquilo, o idiota caiu na armadilha e provou que era homem e imbecil; e a mulher pôde vingar-se e dormir em paz.
5) Não faço a menor idéia de como seria exercida a plena justiça num caso cotidiano como esse (embora nem todos os casos tenham o mesmo clímax). Sei que meu comentário é politicamente incorreto e agride a mentalidade feminina mais ingênua e vai levantar protestos por parte dos "homens cordiais" que se borram de medo das mulheres. Vão dizer que eu defendo a agressão à mulher (não defendo), que eu sou machista (não sou), que provavelmente não sou um cavalheiro (sou sim) e que devo ter sido rejeitado por alguma mulher, o que me deixou traumatizado (pode até ser, sei lá). Mas há que se respeitar as diferenças entre os gêneros. A psique masculina é naturalmente agressiva, teve que ser, para proteger a espécie durante milhares de anos. A psique feminina é naturalmente ardilosa, em substituição à natural ausência de força física -- teve que ser, para proteger os filhotes contra criaturas cheias de manhas, como cobras, chacais, hienas, tigres, insetos e sabe-se lá o que mais, durante as prolongadas ausências dos homens em suas caçadas e guerras, por milênios e milênios, e mais ainda para fazer face à competição com outras mulheres. É fácil, para uma mulher, manipular um homem, e todo mundo sabe disso. Se uma mulher quiser, pode conduzir um ou um bando de homens docilmente, a vida inteira, na palma da mão. Se quiser, também pode levá-los a cometer as maiores bobagens, como a História está careca de demonstrar: é só usar os atributos naturais do homem contra ele mesmo. E isso é crime? Só quando o feitiço vira contra a feiticeira. Ou contra o coitado do cachorro, esse sim, desprovido de livre-arbítrio e incapaz de subtrair-se às forças primordiais da Natureza.
sábado, 8 de maio de 2010
Roriz de novo não
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Armas
terça-feira, 20 de abril de 2010
Picadeiro Distrital
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Ficha Limpa (2)
O projeto PLP 518/09, de iniciativa popular, já tem mais de 1,8 milhão de assinaturas na defesa da sua aprovação. O projeto prevê veto aos políticos condenados em primeira instância por um colegiado de juízes e vale para uma lista de crimes, a maioria ligados à administração pública, como crimes contra o sistema financeiro, eleitorais, abuso de autoridade, patrimônio público e privado, lavagem de dinheiro -- além de outros como tráfico de drogas, racismo, formação de quadrilha e terrorismo.
O Ficha Limpa impede que os políticos renunciem aos mandatos com o objetivo de escapar de processos de cassação, e determina que devem ficar inelegíveis por até oito anos depois de cumprirem a pena estabelecida pela Justiça.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Intervenção x Eleições Indiretas no DF
DF desvia R$ 107 mi de verbas federais, diz CGU
Auditoria constata 177 irregularidades, como pagamentos indevidos e superfaturamento, no período de 2006 a 2009
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Ficha Limpa
Parabéns ao PV pela iniciativa pioneiríssima e histórica de adotar critérios que impeçam o ingresso de candidatos com "ficha suja" no partido. É um gesto de grandeza sem precedentes e que não passará despercebido à população brasileira, ansiosa por um Legislativo que afinal represente os cidadãos, os contribuintes e as famílias. Esperemos que os demais partidos e a Administração Pública de modo geral não tardem em despertar para a necessidade de eliminar-se das decisões nacionais aqueles cujos interesses não se coadunam com a legalidade, a moral, a ética, a ordem, o progresso e o bem-estar do povo brasileiro.
A adoção do Ficha Limpa tornou verde o meu coração de uma hora para a outra! Isso deve ter acontecido a milhões de brasileiros que viram a notícia. Se o PV puder demonstrar à população que tem condições de administrar com seriedade e força esse oceano de interesses pessoais que é hoje o Congresso Nacional, mantendo a governabilidade e a estabilidade institucional, social e econômica alcançadas por Lula, não há dúvida de que o partido superará o preconceito hoje enraizado em diversos segmentos populacionais que atribuem aos ativistas ecológicos um certo grau de imaturidade.
Se fizer isso, o PV conquistará os brasileiros que votam com base em análises mais amplas do que sentimentos pessoais. Se o fizer rapidamente, Marina será a próxima presidente do país.
Mexa-se
A Lei Ficha Limpa removerá das eleições candidatos que cometeram crimes sérios como desvio de verba pública, corrupção, assassinato e tráfico de drogas. Dia 7 de abril o Congresso irá finalmente votar o Projeto de Lei Ficha Limpa. Nós temos poucos dias para convencê-los a aprovar essa lei ousada, que promoverá avanços sem precedentes e mudará a política brasileira para sempre!
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