Brasília é uma dessas cidades onde as pessoas parecem presas ao "comportamento típico" do lugar. Em outras paragens, o "comportamento típico" reveste-se de folclore, vestimentas, sotaques e, não raro, muito calor humano. Mas não aqui.
Muitas são as desculpas para o comportamento anti-social visível nesta nossa linda cidade -- caracterizado pela violência inata dos seus cidadãos e pelo desprezo absoluto pelo bem-estar do outro.
Em mais um dos exemplos diários disso tudo aí, um bando de mulheres cortou, com uma garrafa quebrada, o rosto de outra mulher que tocava uma vuvuzela durante um dos jogos da Copa em um bar da Asa Norte, prejudicando-lhe, talvez definitivamente, os movimentos faciais. Pelo que se noticia, o grupo agressor teria pedido que a moça parasse de tocar a corneta, para que se pudesse ouvir os comentaristas esportivos durante a transmissão. A moça, sentindo-se no direito de tocar sua vuvuzela, comprada com seu dinheiro e soprada pelos seus pulmões, não parou. As outras, sentindo-se no seu direito de usar as garrafas de cerveja pagas com seu dinheiro e manipuladas por suas próprias mãos, foram às vias de fato.
Um leitor do Correio Braziliense resumiu o episódio (não isolado) com acuidade: "Numa cidade em que você não dá e não recebe sequer um bom dia de seu próximo, espera o quê? Qualquer incidente já é motivo para agressão ou morte. Êta cidade atrasada chamada Brasília, com um povo e sua cultura estranha".
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