Nem deu tempo começar a vibrar com a entrada em vigor da Lei Ficha Limpa: sem surpreender a ninguém, o ministro Gilmar Mendes, do STF, chegou para lembrar a todos que alegria de cidadão dura pouco. Dias Toffoli pegou a deixa e deu também sua contribuição à perpetuação da criminalidade no legislativo."Gilmar Mendes suspende primeira inelegibilidade de político com ficha suja" (Folha Online, 01/07/2010)
"Ministro do STF suspende lei Ficha Limpa para deputada de Goiás" (Folha Online, 02/02/2010)
As frequentes decisões tomadas pelo STF, favorecendo o crime organizado, têm causado prejuízos imensos à sociedade brasileira, dentre os quais o pior nem é o colossal dano ao Erário, mas sim a sensação de impotência do cidadão ante o avanço do poder dos criminosos -- impotência e poder que parecem crescer a cada manifestação do Supremo.
Ao lutar contra a máfia em seu país, o promotor italiano Giovanni Falcone chegou a declarar: "A concepção de uma guerra frontal entre a política e a máfia não pode ser aplicada ao combate de uma organização criminosa. Podemos dar-nos por satisfeitos se conseguirmos reduzir as ações ilegais da máfia a um nível menos assustador".
Assim como seu antecessor, Falcone foi assassinado pela máfia, embora, depois disso, a Itália tenha feito avanços consideráveis no combate ao crime instalado nas instituições públicas.
Essa luta, no Brasil, ainda é incipiente mas, com a imposição do Ficha Limpa ao Congresso, a sociedade demonstrou que não tolera mais a dilapidação diária da coisa pública, promovida por criminosos que desejam concorrer a ou permanecer em cargos eletivos.
Resta encontrar mecanismos capazes de desmantelar o auxílio luxuoso prestado ao crime organizado pelos tribunais brasileiros.
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