Aquela p**** de navio navegou, arquejou com as ondas, enfrentou galhardamente tempestades e calmaria; fome, sede e peste se fizeram presentes, junto com os mares azuis, noites estreladas, brisas doces, gaivotas, belos sóis e magníficas luas, festas, alegrias, novos portos, novas rotas, novos acréscimos à tripulação.
Um dia o navio estava sem pintura, velas rasgadas, tábuas soltas, infiltrações. Como aquele navio, justamente aquele navio, ficou assim? Onde estavam o amor, a alegria, o respeito, a esperança, a bondade, a compreensão, o apoio, o tesão, o afeto, o carinho, o ouvir, o dar, o receber?
Como esquecer aquele navio, quando o cheiro do mar é parte do ar; suas bandeiras enchem de cores a paisagem árida do inverno de Brasília; suas tábuas queimam na fogueira do frio das noites de frio; os mapas são os mesmos, os mares são os mesmos, e em toda a parte está o navio, que habita minha cabeça, meu sangue, minha risada, minhas mãos?!
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