segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Terapias alternativas

Deu hoje na Folha Online:

"A polícia alemã prendeu um médico neste domingo depois que duas pessoas morreram e uma entrou em coma em uma terapia em grupo em Berlim. O médico é acusado de prescrever o uso de drogas ilícitas às pessoas do grupo.

As autoridades acreditam que o médico, de 50 anos, conduzia uma misteriosa sessão de terapias em grupo no distrito de Hermsdorf, em Berlim. Ele confessou ter prescrito drogas como heroína, anfetaminas e ecstasy para "expandir a consciência dos seus pacientes".

Dois homens - um de 59 anos e outro de 28 - teriam morrido em uma das sessões no sábado, quando a polícia foi chamada.

Algumas das 12 pessoas que participavam do grupo foram hospitalizadas com suspeita de envenenamento. Uma delas, um homem de 55 anos, está em coma, em situação grave. Todas dizem ter recebido um coquetel de drogas ilícitas pesadas.

O médico alegava que oferecia "ajuda em crises espirituais". A mulher do médico também participava das sessões".

O fato de existirem as ditas terapias "alternativas" em todos os lugares onde há porralouquice não espanta tanto quanto o outro fato, o de os membros da comunidade bicho-grilo mundial serem absolutamente desprovidos de sentidos básicos de preservação da sua integridade física, mental e espiritual.

Outro dia deu na TV que um conferencista "holístico", contratado para elevar o moral dos funcionários de uma empresa paulista, fê-los andar sobre brasas, objetivando demonstrar o poder da mente sobre a matéria. As impressionantes queimaduras nos pés das infelizes criaturas sequer chamuscaram a reputação do "coach" de vanguarda ou o assombroso número de membros do seu fã-clube.

No afã de levantar recursos financeiros, já pensei em abrir uma igreja, em fazer workshops de regressão, em escrever livros com títulos "místicos" a partir de mitos antigos adaptados ao cotidiano do Século XXI, mas até agora não me equipei o suficiente para reclamar admissão a tão seleto clube.

A gente nasce, digamos, picareta? Ou pega o jeitão, já que o incansável público apanha, paga caro e uiva pedindo mais?

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