sábado, 9 de janeiro de 2010

Après Le Bâton, La Carotte

"Dizem que a Nova Era
Trará algo de bom pro mundo inteiro
No jornal da TV
Mais um homem recua
por dinheiro"

(Djavan, "Baile")


Depois do cinematográfico evento envolvendo pacotes de dinheiro, peças íntimas, bolsas, envelopes e artigos de panificação, o governador José Roberto Arruda tem frequentado os noticiários em cadeia, ops, em rede nacional, exibindo um amplo sorriso. É possível que, sem dinheiro, não sorrisse tanto.

Nada contra o fato de as pessoas enriquecerem rapidamente. O que incomoda é ver o sorriso cheio dos nossos impostos no rosto de um homem que burla, jura pelos filhos, chora, volta atrás, recebe dinheiro de origem inexplicada, diz que é pra comprar panetones para os pobres, chama tudo isso de "crise" e sorri ao dizer que perdoa a seus inimigos, para que ele também possa pedir perdão pelos seus próprios pecados.

A OAB/DF silenciou. O outrora combativo Correio Braziliense fez e faz o que pode para não publicar nada. O TCDF olha pro outro lado e assobia. O TJDF finge que não tem nada a ver com isso. A polícia ataca ferozmente quem se atreve a protestar. Falando assim, até parecem os tempos da ditadura. A diferença é que, agora, o perdão amplo, geral e irrestrito concedido pelo governador faz com que todos se calem diante da enormidade dos favores que recebem ou que poderão vir a receber.

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