Distraído, perco a entrada de casa e sou forçado a tomar o retorno pouco usado pra voltar. Como sempre, está escuro e me preocupo se estou fazendo algo errado. Aproveito e troco o dinheiro pra ti, e me deves R$ 55.
Ao estacionar, vejo que vocês haviam descido do carro antes mesmo que eu fizesse o retorno e, no portão da frente, meus 55 estão postos delicadamente num canto da passagem, onde eu possa vê-los.
Tua oferenda aos anjos está sobre o muro largo; cuidadosamente recolho a vela apagada pela chuva suave, juntamente com o meu pente rosa que esqueceste junto.
O filhote, ardilosamente escondido na penumbra da cadeira da varanda, me surpreende com uma risada boa, enquanto queixa-se de que dá uma preguiça danada enfrentar as dificuldades de entrar pela porta, esperando que eu o pegue no colo e o ponha na cama.
Sais de casa rindo ao meu encontro, enquanto te admoestas por haver esquecido a oferenda e avisas ao filhote que, por isso, terão de fazer a oferenda de novo, em redenção.
Vestes somente a tua pele luminosa no corpo de fada, cintilando no ar à luz das estrelas órfãs da lua e, se não me amas, tampouco me desprezas; e recebes sem desdém o meu carinho, meus beijos e até me tomas como porto seguro onde podes dizer, como se isso fosse algo ruim, que hoje és Tu +10, sabendo que eu vou dizer que estás, por isso mesmo, ainda mais linda!
Imagina, até te agradeço por tudo, numa síntese da cerimônia das pétalas, que ensaiei no dia D mas que não pudemos realizar...
Luz e Mistério
Oh! Meu grande bem
Pudesse eu ver a estrada
Pudesse eu ter
A rota certa que levasse até
Dentro de ti
Oh! meu grande bem
Só vejo pistas falsas
É sempre assim
Cada picada aberta me tem mais
Fechado em mim
És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério
Doçura de luz
Amargo e sombra escura
Procuro em vão
Banhar-me em ti
E poder decifrar teu coração
És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério
Oh grande mistério, meu bem, doce luz
Abrir as portas desse império teu
E ser feliz
(Beto Guedes e Caetano Veloso, "Luz e Mistério")
Oh! Meu grande bem
Pudesse eu ver a estrada
Pudesse eu ter
A rota certa que levasse até
Dentro de ti
Oh! meu grande bem
Só vejo pistas falsas
É sempre assim
Cada picada aberta me tem mais
Fechado em mim
És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério
Doçura de luz
Amargo e sombra escura
Procuro em vão
Banhar-me em ti
E poder decifrar teu coração
És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério
Oh grande mistério, meu bem, doce luz
Abrir as portas desse império teu
E ser feliz
(Beto Guedes e Caetano Veloso, "Luz e Mistério")
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