Desde aquele carnaval ela sentiu uma necessidade enorme de ter segredos para mim. Tudo, mesmo as coisas mais banais, tornaram-se segredos impenetráveis. Soube hoje, por acaso, do casamento, com alguns dias de atraso... Pelo jeito a necessidade persiste, embora as outras coisas já tenham morrido. Isso foi somente mais uma deselegância. Eu vou acabar me habituando.
Pergunta: Isso é algum tipo de receio? De mim??? Por quê???
Pergunta: o que eu tenho a ver, agora, com a vida dela? (Opa, isso não é pergunta que eu faça, apenas uma previsão da pergunta mais natural do mundo, e que ser-me-ia feita muito naturalmente.) Nada. Eu só fiquei constrangido por haver falado com os esposos por esses dias e não os haver felicitado, o que poderia passar por uma deselegância da qual eu sou incapaz. Credo, fiquei alérgico a mal-entendidos, má interpretação, má fé obscura e má vontade.
Liguei e parabenizei, mas não como eu teria gostado, porque o meu mal-estar não me deixou dizer o que eu queria ter dito, de verdade: que eu desejo toda a felicidade e que as coisas boas suplantem, suplantem, suplantem, as coisas que não forem as coisas boas no novo casamento. Ela provavelmente não iria acreditar, mas eu teria dito exatamente isso. Eu sou assim. Não é segredo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário