quinta-feira, 12 de julho de 2007

Arreda, peste!

Não sei o que essa menina viu em mim, que resolveu não sair mais da minha cabeça. Chega a ser irritante: saio pra caminhar e lá vem ela. Vou ao teatro, ao cinema, à festa, à cama, e - ops! ela de novo! Enfrento as filas de Congonhas, até me aborreço com as gracinhas da Polícia Federal e, quando penso que tô livre, lá vem a peste pra minha boca, encher meus olhos.

Desprezo, menosprezo, desdém, agressões comuns e atípicas, repetidas a curtíssimos intervalos, nada disso deu resultado: ela continuava lá. Por fim, chutou o pau e a barraca, arrasou estradas, explodiu pontes e queimou navios; apagou com um aceno o presente e o futuro e, contra toda a minha resistência, entrincheirou-se nalguma das minhas poucas sinapses neuronais. E pronto: volta e meia, é ela!, de novo em cena, em campo, na raia, no tom, em toda parte, como uma Guardiã do Umbral, como uma nevralgia generalizada, me contar como a vida era e como poderia ser. Assim não dá.

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