Devido à pertinente reclamação feita por Beth ("pra quê viajar tanto?") senti-me obrigado a explicar minha ausência de Brasília e também:
1 - Por quê perdi o espetáculo "Disney Para Piano e Voz", com coreografia assinada por Kaio, que lotou a sala Villa-Lobos do Teatro Nacional por duas noites seguidas, e que eu esperava ansiosamente?
2- Por quê faltei ao encontro da Comunidade dos Apreciadores de Vinho de Brasília, desta vez hospedado na casa de Elizabeth, onde, eu soube, rolou um caldo verde de fazer inveja a qualquer gourmet? e
3 - Por quê declinei do convite pra um chopinho com Mônica pra atualizar assuntos de família?
Ocorre que, pra manter a vida mansa e boa, é preciso trabalhar. Assim, tive de encarar dez dias seguidos de muito frio em SP, mudanças diárias de apartamento e de hotel, alterações de vôo, piqueniques solitários no F1 da 9 de Julho e muito trabalho – este, felizmente, com as pessoas mais bem-humoradas do biz. Fizemos um pusta trabalho de equipe, brainstorm todo dia, reuniões de estratégia, quinhentas revisões de três papers (ih, jargão da moda) e brigas diuturnas com a bendita impressora Xerox Workcentre 415 PRO/420 XL, que é mais complicada do que o nome sugere. Finalmente concluímos o trabalho e chamamos isso de um dia (“called it a day”, entendeu? ^^).
1 - Por quê perdi o espetáculo "Disney Para Piano e Voz", com coreografia assinada por Kaio, que lotou a sala Villa-Lobos do Teatro Nacional por duas noites seguidas, e que eu esperava ansiosamente?
2- Por quê faltei ao encontro da Comunidade dos Apreciadores de Vinho de Brasília, desta vez hospedado na casa de Elizabeth, onde, eu soube, rolou um caldo verde de fazer inveja a qualquer gourmet? e
3 - Por quê declinei do convite pra um chopinho com Mônica pra atualizar assuntos de família?
Ocorre que, pra manter a vida mansa e boa, é preciso trabalhar. Assim, tive de encarar dez dias seguidos de muito frio em SP, mudanças diárias de apartamento e de hotel, alterações de vôo, piqueniques solitários no F1 da 9 de Julho e muito trabalho – este, felizmente, com as pessoas mais bem-humoradas do biz. Fizemos um pusta trabalho de equipe, brainstorm todo dia, reuniões de estratégia, quinhentas revisões de três papers (ih, jargão da moda) e brigas diuturnas com a bendita impressora Xerox Workcentre 415 PRO/420 XL, que é mais complicada do que o nome sugere. Finalmente concluímos o trabalho e chamamos isso de um dia (“called it a day”, entendeu? ^^).
Já viram que foi estimulante, divertido e gratificante. Mas São Paulo não é só trabalho.
Concluída a tarefa do domingo, por volta das 20 horas fomos almoçar um poulet au purée des pommes de terre (ué, resolvi dizer isso em francês; iiiih...) com legumes ao vapor, no Senzalinha. Comi feito uma anta, o que me obrigou a deixar o pesadíssimo equipamento de trabalho no hotel e fazer uma caminhada. Moreover, não achei personne, personne! na internet.
Admito: a idéia da caminhada estava associada a outra idéia, de conhecer um pub irlandês que vi na Peixoto Gomide e cujo nome desisti de tentar lembrar. Assim, fiz a agradável caminhada pela Barão de Capanema, subi a Peixoto e bonk! a cara na porta trancada do desabitado pub. “E agora?”
O jeito foi descer a ladeira de novo em busca de outro lugar potencialmente barulhento e com boa cerveja. Após um curto momento de pânico na Avenida Estados Unidos (não tinha vivalma na rua!), tomei de novo o rumo certo e babei todas as vitrines dos antiquários da Rocha Azevedo, ao ponto de despertar a curiosidade truculenta dos seguranças dos prédios vizinhos. Sem dar pelota aos negões de terno escuro e cara de Apollo Doutrinador, continuei babando as lojas até chegar à Barão de Capanema outra vez, quando o velho sentido de aranha fez bip: - vai por ali!! Contrariando a rebeldia lusa de José Régio, obedientemente percorri a Rio Preto até a Oscar Freire - e zás!, dei de cara com a acolhedora entrada do Santo Grão Café, cheio de gente vestida de preto, com longos cabelos negros e cara de conteúdo.
Concluída a tarefa do domingo, por volta das 20 horas fomos almoçar um poulet au purée des pommes de terre (ué, resolvi dizer isso em francês; iiiih...) com legumes ao vapor, no Senzalinha. Comi feito uma anta, o que me obrigou a deixar o pesadíssimo equipamento de trabalho no hotel e fazer uma caminhada. Moreover, não achei personne, personne! na internet.
Admito: a idéia da caminhada estava associada a outra idéia, de conhecer um pub irlandês que vi na Peixoto Gomide e cujo nome desisti de tentar lembrar. Assim, fiz a agradável caminhada pela Barão de Capanema, subi a Peixoto e bonk! a cara na porta trancada do desabitado pub. “E agora?”
O jeito foi descer a ladeira de novo em busca de outro lugar potencialmente barulhento e com boa cerveja. Após um curto momento de pânico na Avenida Estados Unidos (não tinha vivalma na rua!), tomei de novo o rumo certo e babei todas as vitrines dos antiquários da Rocha Azevedo, ao ponto de despertar a curiosidade truculenta dos seguranças dos prédios vizinhos. Sem dar pelota aos negões de terno escuro e cara de Apollo Doutrinador, continuei babando as lojas até chegar à Barão de Capanema outra vez, quando o velho sentido de aranha fez bip: - vai por ali!! Contrariando a rebeldia lusa de José Régio, obedientemente percorri a Rio Preto até a Oscar Freire - e zás!, dei de cara com a acolhedora entrada do Santo Grão Café, cheio de gente vestida de preto, com longos cabelos negros e cara de conteúdo.
Sentindo-me em casa, entrei (todo de azul!) no café e refestelei-me (ah, vai dizer que não lembra de "refestelei-me") no confortável bar que separa o discreto e elegante povo de preto do outro povo, mais colorido e menos cabeludo, e que não entrou, ou já saiu, da egotrip de fazer gênero (orra, meu, dava pra fazer um comercial de café do Quartier Latin com o povo de preto. Fiquei esperando Andy Warhol entrar).
Pedi o fantástico café mineiro que ganhou o Cup of The Season de 2006, não sem antes brindar à glória da Criação com uma geladíssima Baden Baden, repleta do sabor cristalino das águas de Campos do Jordão, duas recomendações feitas pela jeune ètoile que, ao me atender, gentil e despretensiosamente me instruiu na cultura nativa.
Saboreei tudo devagar, Cup, Baden, ètoile, aquela música tão indefinível quanto nosotros convivas, a quietude das vozes e os aromas. Finalmente, com o café fechando e eu quase virando abóbora, saí e fiz a caminhada inversa, tendo o cuidado de passar antes pelo Pão de Açúcar e comprar uma caixa de chocolate com menta e outra de chá de cidreira.
Na recepção do hotel, tudo era sossego e good mood. Dividi as mentas com o recepcionista, subi e preparei o chá, antecipando a alegria de viver tudo isso outra vez. O laptop se encarregou de fazer com que eu vivesse três vezes, já que apagou o post inteiro quando eu estava pra concluir. Repeti e curti muito de novo.
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