quinta-feira, 20 de maio de 2010
Omissão do Estado e Reação Social
domingo, 16 de maio de 2010
Voz de Mulher
A voz da mulher
Me embala
Me alegra
Me faz chorar
Me arrepia os cabelos
Me faz dançar
Me cala ressentimentos
Me ensina a amar
Uma mulher cantando nas Antilhas
Uma voz de mulher nos rádios do Brasil
Minha mãe que cantava
Lembrança tão bonita
E as negras americanas
Dos hinos e dos blues
Amor, amor
Me leva esta voz
Nas asas das canções
Eu quero ouvir por toda a minha vida
Uma mulher cantando para mim
(Sueli Costa / Abel Silva, "Voz de Mulher")
terça-feira, 11 de maio de 2010
Banalidade e tabu
Uma matéria publicada na Folha Online na noite de 10 de maio de 2010 chama atenção pela dupla qualidade da ocorrência relatada: sua banalidade e o tabu que a envolve. Eis a chamada, já com o link para a reportagem:
Pedreiro é preso em SP após discutir com a mulher e matar seu cachorro
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o pedreiro --que não teve o nome revelado-- discutiu com a mulher porque ela não o deixava dormir. Nervoso, ele atirou quatro vezes contra o cachorro da família.
Violência doméstica relacionada a brutalidade masculina constituem o lado já banalizado do cotidiano. O que não está na chamada nem na reportagem é, obviamente, o tabu.
Rompendo com alguns paradigmas que me são próprios (a autocensura por medo da repercussão negativa, para começar), resolvi tratar do assunto em tópicos. O que se discute, neste post, é um lado obscuro da violência contra a mulher. Aqui vai:
1) Além de não deixar o cara dormir, a pentelha ainda chamou a polícia pra prender o marido. Quem tem uma mulher assim não precisa ter inimigos.
2) Se a arma ficava no armário da casa, o que impedia a mulher ameaçada de morte de usá-la para também ameaçar o marido? Ou de entregar a arma à polícia? Ou de divorciar-se e ir embora pra longe do marido brutal, ameaçador, pobre e, talvez, até feio?
3) A reportagem não diz que o marido batia na mulher. Nenhuma testemunha declarou isso. A mulher diz que o cara é violento, mas não diz que usa de violência física contra ela. O cara perdeu a cabeça a ponto de atirar no cachorro e, se fosse um desses que ficam batendo em mulher, poderia ter batido ou atirado nela na ocasião, mas, pelo teor da reportagem, não o fez.
4) Pode-se até imaginar o que aconteceu: o pedreiro deixou transparecer alguma pista de relacionamento extra-conjugal, real ou não, ou parou de levar flores, ou ficou no bar até tarde, ou estava muito cansado pra fazer sexo, ou qualquer outro deslize; a mulher resolveu levar o sujeito à loucura falando sem parar; o cara começou a reclamar em voz alta que queria dormir; o cachorro (como acontece com qualquer cachorro) começou a latir feito louco durante a discussão em voz alta entre seus donos; o cara deve ter dito alguma besteira sobre o cachorro, a mulher disse que ele não era homem pra fazer aquilo, o idiota caiu na armadilha e provou que era homem e imbecil; e a mulher pôde vingar-se e dormir em paz.
5) Não faço a menor idéia de como seria exercida a plena justiça num caso cotidiano como esse (embora nem todos os casos tenham o mesmo clímax). Sei que meu comentário é politicamente incorreto e agride a mentalidade feminina mais ingênua e vai levantar protestos por parte dos "homens cordiais" que se borram de medo das mulheres. Vão dizer que eu defendo a agressão à mulher (não defendo), que eu sou machista (não sou), que provavelmente não sou um cavalheiro (sou sim) e que devo ter sido rejeitado por alguma mulher, o que me deixou traumatizado (pode até ser, sei lá). Mas há que se respeitar as diferenças entre os gêneros. A psique masculina é naturalmente agressiva, teve que ser, para proteger a espécie durante milhares de anos. A psique feminina é naturalmente ardilosa, em substituição à natural ausência de força física -- teve que ser, para proteger os filhotes contra criaturas cheias de manhas, como cobras, chacais, hienas, tigres, insetos e sabe-se lá o que mais, durante as prolongadas ausências dos homens em suas caçadas e guerras, por milênios e milênios, e mais ainda para fazer face à competição com outras mulheres. É fácil, para uma mulher, manipular um homem, e todo mundo sabe disso. Se uma mulher quiser, pode conduzir um ou um bando de homens docilmente, a vida inteira, na palma da mão. Se quiser, também pode levá-los a cometer as maiores bobagens, como a História está careca de demonstrar: é só usar os atributos naturais do homem contra ele mesmo. E isso é crime? Só quando o feitiço vira contra a feiticeira. Ou contra o coitado do cachorro, esse sim, desprovido de livre-arbítrio e incapaz de subtrair-se às forças primordiais da Natureza.