"Os ventos que às vezes nos tiram algo que amamos são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e, sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso nunca se vai para sempre".
- Sarah M.F.
Nem lembro mais como é que Sarah foi parar na minha lista de amigos; na verdade nunca a vi e, durante todo o tempo em que a conheço, pouco menos de um ano agora, devemos ter trocado três ou quatro scraps. E, no entanto, Sarah, como tantas outras almas soltas por aí, ocasionalmente fala com a voz dos Mestres e, ao falar-me hoje, fez-me ajoelhar e rezar pelo meu presente e pedir pelo meu futuro.
Quantas Sarahs me falaram a vida inteira, me falam agora? Qual Sarah me fará manter, permanentemente, os ouvidos abertos, os olhos abertos, a mente quieta e o coração pensante?
"Quando o estudante estiver pronto, o Mestre virá". "Estar pronto" pode muito bem não ser algo definitivo, como a Iluminação. Pode-se, e felizmente ocorre, "estar pronto" às vezes, para coisas específicas, após uma preparação que pode ser mais ou menos breve. O importante é estar atento, perceber, refletir e exteriorizar.
"A Oração é uma ponte entre Deus e o Homem". Por um ou por uma série de motivos, ou sem motivo aparente, acontece de ficar-se constrangido diante da idéia da oração. Entretanto, pode-se orar dos mais diversos modos, e não é necessário ater-se a um modo em particular. Ore-se do jeito que se desejar, e, amanhã, ore-se novamente de outra forma, conforme o estado de espírito: quantos tipos de pontes podem existir?
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar.
(Gilberto Gil)
Todas as vezes em que alguém se vê cara a cara com o Infinito sente a necessidade de externar seu momento de iluminação. Essa é a grande virtude da luz: ela busca propagar-se.
Os blogs dos outros, as canções, os scraps, os posts, as mensagens, os livros, os textos, os filmes, as imagens, frequentemente contêm a fração exata de luz que o autor pode externar após uma experiência assim. São fragmentos de luz, fótons num mar de cores.
Ser o Estudante é minerar, entrever e sublinhar, nos blogs dos outros, o que complementa o seu próprio fóton.
Curiosamente, o Mestre é a própria Luz.
Um comentário:
É muito bom você existir !Podê-lo fruir !
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