"Equo ne credite, Teucri! Quidquid id est, timeo Danaos et dona ferentis".
(Não confiem no cavalo, Troianos! Seja lá o que for, eu temo os gregos até quando dão presentes"): últimas palavras do sacerdote troiano Laocoonte, advertindo seus patrícios contra as artimanhas dos gregos, antes de ser atacado mortalmente por duas serpentes gigantes enviadas por Atena.
Laocoonte não tinha escolha. Precisava alertar seu povo e contava com a prudência de seus líderes, eufóricos com a "vitória" que a partida dos gregos evidenciava, e levados pelo vidente Chalcas, que os instava a trazer o enorme cavalo de madeira para dentro das impenetráveis muralhas. O plano de Atena, entretanto, não podia ser contrariado e estava decretado que a voz da Prudência seria calada pelo símbolo enganoso da Sabedoria.
Parece que, para ser senhor de seu Destino, o Homem precisa ter uma Vontade maior até que a Providência. Ou seja, a Natureza pode ser usada como aliada, mas de nada adianta opor-se a ela. O trabalho do Homem é perceber os caminhos da Natureza e evitar colocar-se em uma posição que a contrarie.